AINDA ESTOU AQUI
Esse filme vai muito além de verdades absolutas, como alguns dizem. Retrata apenas parte das tragédias humanas que todos os povos infelizmente já passaram. Esse medo taxado de comunismo foi espalhado desde sempre como causa e pano para a supremacia de direita que insiste em se levantar pelo mundo. Se pesarmos na balança tudo que nosso mundo já viveu, certamente o peso de extremas sempre foram os catalizadores das tragédias humanas. E Particularmente sou adepta do caminho do meio, que alguns dizem ser o "em cima do muro". Não me vejo assim... prefiro olhar em todas as direções, sem deixar de sentir a dor daqueles que passaram por atos que jamais imaginei. Recentemente li sobre o que Leopoldo fez com os africanos. Ele disseminou mais de 20 milhões de pessoas, mas isso não gera comoção porque eram negros..então Hitler e suas atrocidades, porque de inocente não tem nada é o mais lembrado, porque matou brancos. Ideologias de cor, política, religiosa e genêro sempre existiram, mas a verdadeira humanidade prefere utilizar de subterfugios para desmoralizar ou não dar importância a fatos relevantes na história. No filme, não se fala de comunismo, pelo menos por parte dos perseguidos...o papel de Rubens Paiva era levar cartas de familiares aos que estavam presos. Por esse ato ele foi sacrificado. Por esse ato sua esposa foi presa; por esse ato sua filha foi abusada...e tudo isso por aqueles a quem devemos respeito; aqueles a quem deveríamos nos sentir em segurança. Não sou o tipo saudosista, mas quando criança amava cantar andando de balanço e lembro que minha mãe pedia que eu não cantasse os hinos que eu tanto amava, a saber o Nacional e o da Marinha. Eu não entendia o por quê ... nós apenas aceitávamos. Mesmo assim, obviamente que por ter feito uma Faculdade de Jornalismo, nas aulas de história vim a saber daqueles horrores como tantos outros. Fui ver o filme porque gosto de cinema e acho que o momento atual brasileiro precisa reerguer memórias. Afinal dizem que quem não tem memórias acaba por ser escravo né? Saí do cinema mal, abatida, triste, como se tivesse vivido um acidente. É um filme onde a fotografia que retrata a época é linda, onde a família unida apesar da dor insiste em sorrir. Mas para mim que detesto coisas inacabadas, a dor de não saber onde alguém que me é tão caro ao coração está, me deixou angustiada. Eu que não vivi esse momento tão de perto fico imaginando o quanto Choraram Eunices, Marias e Clarices na nossa Pátria mãe gentil nesse solo do nosso Brasil.... Parabéns Walter Salles, @oficialfernandatorres e @seltonmello . Desculpas pelas falhas em nossa memória a todos envolvidos na tristeza daquela que foi uma grande atrocidade de poder no País.

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