Minha eterna criança!

Estou prestes a completas meus 59 anos e  ainda contemplo os sonhos da menina que fui.
Por vezes eu fico tão a deriva, no meu mundo de Alice, que me custa voltar. Esse lúdico que traduz em imagens e sons os anseios da minha alma, revigora a criança adormecida em mim.
Tem dias que insisto em brigar. Dou ordens, me rebelo, coloco a força do consciente para trabalhar e sufocar aquilo que a alma ousa provocar....mas então vejo que ela é ainda uma criança, que dança, que sorri, que brinca, que traduz em versos e afetos a pureza da qual um dia se formou.
Esse ego que trava, mas que esclarece, que é parte ativa do intelecto, está sempre buscando significados para se sustentar. Mas a menina adormecida no subconsciente, não vê a maldade, não vê a aura daquilo que ela não quer tocar....ela vibra, ela sonha, ela viaja, ela busca e encontra o que a faz vibrar.
São lados da mesma moeda...Consciente e sub que por vezes se cobram, por outras se descobrem e infinitamente se completam nesse caminhar.
Percorri anos nessa escalada chamada de vida e no balanço do tempo acumulei bem mais afetos do que feridas....colhi muito mais sorrisos, do que lágrimas...calcei sapatos, andei descalça, usei roupas leves, que pouco me apertaram...eu me fiz caber no meu mundo....mas não em outros tantos que talvez eu quisesse caber. Eu dei a vida uma cor que pudesse suavizar meus sentidos, que me trouxessem paz e luz. Eu sonhei sonhos que ainda não pude alcançar. Mas também concebi vidas que jamais eu sonhara tocar.
Meu mundo não é cor de rosa; também não é da cor vermelha do amor que tanto gosto...eu diria que fico entre o amarelo e o branco, porque a paz, a alegria e a Fé foram as minhas maiores buscas e meus grandes encontros.
Minha menina que vibra com a alegria do que ainda pode sonhar, realizar e se encantar.
Que meu eu exterior nunca apague o brilho do teu olhar.

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