Selfie da alma!

Em tempos de tantas selfies, academias e uma loucura desenfreada por beleza física, me pego pensando: E a Selfie das almas???

Até trinta anos, me encaixava no padrão, que chamam de magra. Meu peso máximo naquela época chegava aos 60. Era um tempo, onde peso, não fazia parte de minhas metas ou sonhos. Ele simplesmente, não existia pra mim.

Era ainda jovem. Me escondia atrás de braços cruzados, a fim de esconder meus volumosos seios. Sim, desde a adolescência, fui presenteada com um corpo americanizado..nada de bunda e quadril e exuberância de peitos.
Eu não me preocupava com imagem, até me escondia um pouco. Meu objetivo era alimentar e lapidar minha alma. Sempre achei que o corpo, era apenas um invólucro, com data de validade estipulada.
E eu queria seguir além. Quero ainda, seguir muito além.
Tenho consciência de que nesses últimos anos, cresci em tamanho, abdominal principalmente.
Se gosto? Não, não gosto. Acabo por usar roupas, que me façam sentir bem, mas não as que realmente curto. Então a resposta simples para esse quesito, seria: emagrecer.
Fácil assim!
Para alguns!
Eu não consigo ainda. Precisaria colocar meu corpo, como alvo principal de mudanças.
Talvez seja a zona de conforto. Talvez seja, que apesar do volume, desabrochei em beleza.
Hoje ainda me amo e sou amada muito mais.
Despertei ao ser mulher, mãe, amante e esposa.
Deixei fluir em mim, o interior, que lapidei com tanto carinho.
Não sei meu prazo de validade nesse mundo, mas sei que meu corpinho não vai seguir comigo.
Preciso, é claro, cuidá-lo, para que não sucumba aos males terrenos.
É ele que envolve meu espírito. É ele que me dá prazeres!
Ainda sonho passar um bisturi na barriga e chapar a pochete, que odeio.
.. ainda bate forte em mim, meus anseios.
Continuo querendo emagrecer, ego, ataques de individualismo, manias, preconceitos, algumas soberbas e até egoísmo.
O caminho à frente, é ainda tão incerto.
E eu vou escrevendo-o e decifrando-o, respeitando essa estrada e os limites que imponho a mim mesma.
E a alma?
Ah!! Essa eterna e sonhadora companheira.
Sabe de mim e de toda minha essência.
É ela quem me dá o norte! E dança; E baila....embalada pelos sons,
É ela, a minha doce alma, lúdica e verdadeira.

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