Sem Título * Yago P.Roese

Esse texto foi escrito por um menino de 17 anos.
Menino que junto com outros amigos, sofreu perdas esse ano. Tragédias mexem e nos fazem repensar. E o Yago tem agido assim. Amadurecido pela dor. Tem escrito coisas lindas, e hoje me deparei com mais esse texto dele, que considero reflexivo. Boa leitura!

"Sem título
Têm dias que me da uma loucura, só sinto vontade de correr, sem rumo.. chegar a uma praia deserta, mas se chegar ao meio de uma cidade também sei que saberei contemplar a beleza daquele lugar. Não vejo o mundo com os olhos, vejo com o coração.
Sinto-me diferente.. uma peça descolorida no meio de milhões de Legos, desbotada, ferida. Não sei aonde que começa a ficar bom e aonde que começa a ficar ruim ser diferente, penso que, às vezes, seria mais fácil… apenas ser igual. Garanto que não sentiria essa dor, esse vazio que hoje sinto. Essas palavras saem da minha boca suavemente, sem um porque, sem um propósito.. apenas saem, elas não têm formato. Por Favor não as rotule.
Caminhando pelas ruas percebo de como o mundo está perturbado… perturbante. Um fato me marcou essa semana, claro que marcou a semana de muita gente nesse mundo a fora. Foi a morte do terrorista mais temido de todos os tempos: Osama Bin Laden. Este nome me marcou desde a infância, enquanto o mundo acordava apavorado, eu acordava para comemorar apenas mais um aniversário, eu estava animado, feliz.. Foi a manhã do atentado as torres gêmeas, não sei porque, mas não queria que aquilo tivesse acontecido bem no meu aniversário, não me pergunte como, mas me sentia… culpado?! E hoje, anos se passaram, e o homem mais procurado da atualidade, simplesmente, morre. E mesmo que ele tenha feito tudo aquilo.. matado centenas de pessoas, apavorado meio mundo (ou talvez até dois mundos), será que merecia ser aniquilado daquele jeito? Sem julgamento algum? Essa semana vi todo o planeta comemorar uma morte, não importa de quem seja morte, é morte.
Não sei se estou sendo coerente neste texto, mas se a resposta for não… pouco importa, não procuro coerência. Todas as manhãs eu me pergunto o que eu estou procurando, qual a minha missão, se é que tenho alguma. Hoje? Só quero escrever."
Yago P. Roese

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